sábado, 13 de fevereiro de 2016

Banal


ser como um rio que grave
e alheio passa
é saber-se vão e triste
é saber-se nada.
é sentir-se o oposto,
o outro. é ser o inverso,
suave página virada.

mas tu, quimera risível
que te finges estática e vestes, torpe, a vileza banal da eternidade,
não passas de um cansaço 
de horas, 
de olhos,
de uma retilínea estrada infinda, pura, sem contornos, 
imaculada.
estrada virgem, sem paixão, 
desvio, estorvo ou dor ou graça.
homem-podridão
homem-pó
homem-imensidão
homem
só.


* Imagem: Original sin (1941), de Salvador Dalí.

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