sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Vermelho


São os últimos filhos de Midas
que, misteriosos, revelam-te.
És mais que necessitas.
Transbordas!
E o sangue que em mim 
derramas aos olhos
cobrem-te como um véu
e o céu, 
azul, inveja-te até escurecer
frio, entediado,
pois como tu
não há.
Nem haverá.
Jamais.

*Imagem: Anunciação (2014), de Natan de Sousa.