O espelho, teimoso,
sorri e finge.
É que tardio bebo
dos goles de velhice.
Mas o tempo se agarra em mim,
me fere as costas,
e aos tropeços
evito olhar o que se perdeu.
Sinto-me lúcido agora,
com a lucidez cândida
dos que estão a morrer.
Hoje sei que placidamente
passo e findo
qual 'ma vaga sobre o rochedo:
enorme, efêmera
e sem porquê.
*Imagem: Absinth drinker (1898), de László Mednyánszky
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