sábado, 23 de março de 2013

UM





O sol ainda escaldava
Minha pele rala
Por entre as sombras
Das asas negras que me cobriam
O sol, sedento, mostrava
As escaras sujas
Que me consumiam
E me banhavam rudes
Nos malditos tristes dias!

Então, no sereno instante
Do salto derradeiro
Ao caudaloso e eterno rio
Do Rio, o outro,
Me deste tua doce mão.

Eu vi, ouvi, peguei.
Tremi, amor. 
Fugi.
Já não podia com tanto sol
Era tua luz que me cerrava os olhos
Por demais! Por demais!

Mas eis que tua coragem disse
Sim!
Mas eis que tua força disse
Sim!
Mas eis que tua fé me disse
Sim!

Bateste o pé outra vez
Tiraste o sono
Sem ti, meu bem, eu já não podia...

Já era vinte e três
Já era outono
Parece que só eu que não sabia...

*Imagem: Itaipu (2013), de Natan de Sousa.



2 comentários:

  1. Genteeee!! O Natan voltou a escrever!!
    Belo e em estado de graça... assim como a gente sente que vc está... rsss
    Que bom!!!
    Bjos!!

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    1. É, Anís, ando sim deslizando nessa onda de graciosidade. A vida sempre apronta das suas. Estou me "descasmurrando" aos poucos. Sigo sem pressa, reza ou fardo. Bjo bjo!

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