quinta-feira, 16 de junho de 2011

NARGUILÉ




Uma fumaça branca se esvai

Pela noite de pequenos eternos

A imbricar-se em mil matizes

De rostos e sons e luz

Olhares, sombras

Desculpas, penumbras e Saudades...

São tragos,

Belos tragos,

Estragos numa mente que jaz.

Cambaleante,

Atordoado com meu Despudor em riste,

Busco manter-me de pé.

Em vão,

Já que a fumaça,

Perdida,

De tanto em mim,

Sou eu.

Deixo-me ir então.

Leve,

Levado,

Elevado,

Ignorado,

Sem rumo algum,

A todo lugar...

Até que me dissipe por Completo

Em ti, vida agora minha,

E no ar puro

Que nunca fui.


* Imagem: La victoire (1938), de René Magritte.


3 comentários:

  1. Natan meu lindo,

    Manda um pouco dessa Maria Juana pra mim também meu velho. rsrs

    Essa é da boa!!! rsrsrs

    Texto alucinante véih!!! parabéns!

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  2. Ei camarada... pequenas tragadas em seus textos já me sinto leve, levado, elevado... Que os ventos, bons ou maus, roubem um pouco dessa fumaça branca e as despeje por aqui!!! Xeroooo irmão!!!

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  3. Vamos lá:

    1. Léo, queridão, venha a Fortaleza buscar pq "da boa" aqui tem de ruma!! Obrigado pela visita, amigo velho. Saudade de seu paraíso particular aí.

    2. Marquinhos, obrigado por partilhar comigo desse "pé-duro". Um pouco de leveza não faz mal não é?, afinal de contas a vida, na maioria das vezes, insiste em impor um peso enorme sobre nós. Um cheiro p vc tb.

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