segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Azia


O sorriso que calo no fundo dessa alma turrona que carrego 
[acorrentado às asas do meu ser
Me vem do gole que dou sedento nessa felicidade liquida 
[exposta selvagemente nas prateleiras do seu Zé.
É, está difícil, amigo, eu sei.
Sem ela, a azia me invade, me arde, me come, me parte.
A azia de ser, tão-somente ser.
Ser como uma chuva de verão: 
Intensa, imensa, sem sentido algum, passageira.

É verão 
E não dá praia.
É sertão 
E não dá pé.
É solidão.
É, mas não é.

*Imagem: A grande onda de Kanagawa (1830-1833), de Katisushika Hokusai

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