sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lassidão



...deus não existe, o diabo principalmente.



*Imagem: Adam - one blood, many nations, de Lewis Lavoie. 
Versão em mosaico de detalhe da obra A criação de Adão, de Michelangelo. 

aos mais curisosos: 

5 comentários:

  1. Pois é Natan!!!

    Diante do que ouvimos e vemos falar sobre Deus e o diabo o nosso sentimento não poderia deixar de ser LASSIDÃO.

    o AMOR.... esse deve ser sempre!

    Um abraço meu querido e um xero no S2!!!

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  2. Fábio, a lassidão me persegue, companheiro. Sinto-me realmente assim diante de tudo o que aprendi e desaprendi acerca de deus e do diabo nesses últimos anos. E se eu ficar ouvindo e vendo o que falam de deus por aí então...

    Sinto-me tão cansado que muitas vezes penso-me ateu de fato. Não creio nesse deus tão falado, nesse super-herói de desenho animado, nesse troglodita vingador que resolveram cultuar. Sou ateu diante desse deus big brother, mesquinho, intransigente, desumano, cruento. Esse deus nefando desses engravatados hipócritas. Foda-se.

    Mas n se preocupe, amigo, que, apesar de meus arroubos de tédio, não deixei de amar profundamente a vida e os meus. A minha fé já se foi faz tempo. A esperança, a "última q morre", já morreu tb. O amor, teimoso, persiste. Mas o mérito é todo dele, do amor, não meu.

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  3. Natan, prefiro ficar com Guimarães Rosa:

    "O que não é Deus, é estado do demônio. Deus existe mesmo quando não há.Mas o demônio não precisa de existir para haver."

    "Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possí­vel, o mundo se resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vai-vem, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes e pequenas horas, não se podendo facilitar, é todos contra os acasos. Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo."

    Um xero meu querido!

    P.S.: Perfeeeeeeiiiita a versão em mosaico de Lewis Lavoie!!! Obrigada pela riqueza de imagens do seu blog!!! To adorando!!!!

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  4. Querida Anis, obrigado pela visita. Agradeço o seu apreço pelas imagens do blog. A arte é meu "veneno antimonotonia". Estou com Flaubert: Amo a arte porque "dentre todas as mentiras é ainda a menos mentirosa".

    Sobre Rosa não preciso nem falar. Amo-o profundamente. Esta aí meu blog q não me deixa mentir. Sei, certamente, que "com Deus existindo [...] o mundo se resolve" e que sem Ele "a vida é burra". Ah, minha querida amiga, mas como eu queria sentir ainda essa fé leve em um Deus que "existe mesmo quando não há"... Concordo com Tilich quando ele diz que a fé não é obra da vontade. Não é porque eu quero que vou tê-la. Afinal, "fé é estar possuído por aquilo que nos toca incondicionalmente" (lembra? eca! rsrsrs). Já não sinto esse toque incondicional. Entretanto, talvez, seja justamente aí que estou sendo possuído incondicionalmente, sei lá! Talvez eu tenha perdido a fé e por isso (e só por isso) ela me possua deveras.

    Enfim, apesar de não parecer, quando digo que deus não existe e o diabo principalmente, estou falando exatamente disso, desse negócio de querer ter fé. É algo como: deus não existe (mas eu não tenho tanta certeza disso, quero ser, no fundo, um romântico esperançoso, porque sei que com Deus existindo a vida não é tão burra), já o diabo não pode (ou não deve) existir de jeito nenhum...

    Como vc pode ver, Anísia, minha fé (se é que a tenho, ou ainda, se é que ela me tem), está longe de ser leve. Pelo contrário, ela é tensa, inquieta, revoltada, insana. Por isso me sinto assim, lasso, profundamente lasso.

    Bom, acho que é só.

    Beijo.

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  5. Natan...

    Eu penso que os melhores teóricos, pensadores, teólogos (...) que registraram seus pensamentos na história da humanidade, foram aqueles que tiveram sua teoria, seus conceitos e sistemas, sua fé (...) inquietas!!

    A inquietude da fé nos torna mais lúcidos, e penso que mais fervorosos... O pouco de fé que lhe resta, ou a fé que te toma incondicionalmente (lembro! eca2!!! rsrsrs) é uma fé mais madura, mais forte, mais resistente do que a fé daquele que nada vê, nada enxerga do que está por trás de sua religião! Fé cega, faca amolada!!

    A nossa religião pouco ou nada pode nos ferir... porque cegamos sua faca, quem sabe assim, conseguimos obter a fé em seu estado de graça, sem a desgraça da alucinação coletiva da religião idiotizada que produz zumbis alienados.

    Me sinto assim como vc, lassa... com a religião! Mas a fé não. Ela me inquieta, me instiga, mas no final fico com Rosa... afinal de contas, se Deus existe ou foi o homem que criou a ideia de Deus... no final das contas... ele vai existir dos dois jeitos! rsss E é bom acreditar nisso!! ("Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois no fim dá certo").

    Adoro sua cabecinha inquieta!!! Adoro o que vc escreve!! Me inquieta tb... E adoro pensar nas várias possibilidades que vc provoca!!!

    Um xeroOO!

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